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Luzes na Cidade: olhares de crianças para o espaço urbano

Imagem retirada de Portal Aprendiz.
3 de fevereiro de 2016

Em importante iniciativa educacional, uma escola em São Paulo levou os alunos para um passeio pelo seu entorno. O que podem aprender as crianças com essa vivência? E os adultos moradores, passantes e trabalhadores da região?

Chamamos a atenção em vários posts deste ano, como aqui, aqui e aqui, e ainda no Seminário organizado pelo Laboratório de Educação em parceria com a Escola do Parlamento, sobre a relação das crianças com a cidade onde vivem. Neste post, mais uma iniciativa para pensarmos: o que podem aprender as crianças andando pelas ruas? E o que aprendem os adultos moradores, passantes e trabalhadores que veem e interagem com estas crianças?

Desta vez, a iniciativa aconteceu na cidade de São Paulo, cidade dura, cinzenta, perigosa. Como o olhar de uma criança pode transformá-la? A Escola Municipal de Ensino Infantil Antônio Figueiredo Amaral na Barra Funda propôs levar seus alunos de 5 e 6 anos para conhecer seu entorno e o frescor dos pequenos aos poucos foi quebrando os muros invisíveis do cotidiano.

Explorando as ruas, os estudantes se perguntaram sobre as construções que viam, meios de transporte pelos quais passavam, ofícios dos trabalhadores que encontravam. E ao se questionarem, endereçavam também suas dúvidas e observações aos adultos. Como explicar a uma criança sobre o trânsito de São Paulo? De que maneira conversar sobre uma pichação ou grafite no muro da cidade? Como traduzir em palavras simples o que faz um alfaiate, um serralheiro, um construtor e qual a sua importância social?

Confrontados pela curiosidade e pela presença das crianças, os adultos tiveram a oportunidade de rever a si mesmos e à cidade com um novo olhar. Puderam se questionar se aquele ambiente era hospitaleiro para os pequenos, se lhes oferecia liberdade, se lhes era interessante… Criou-se uma chance em meio ao engessado do cotidiano para pensar no uso que se faz da cidade e no próprio papel social.

As crianças, por sua vez, experimentaram o que é ser dono do espaço urbano da forma mais legítima que há de fazê-lo: ocupando-o e vivenciando-o. E é só a partir da ideia de que o lugar público é “meu” que a cidadania pode nascer. Sentir-se pertencente a um território e questionar-se sobre o que está presente e o que está ausente nele é o que permite compreender os próprios direitos e deveres.

Disse uma aluna: “Estou realizando um sonho. Acho que hoje é o dia mais feliz da minha vida”. Mal sabe ela que não sonha sozinha!

Para saber mais, acesse: Escola Estimula Mobilidade a Pé e Promove Aprendizagem de Crianças no Território

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