Qual a importância da imitação no aprendizado das palavras e nas construções simbólicas das brincadeiras de “fazer de conta”?
A imitação faz parte da aprendizagem. Bebês e crianças imitam todo o tipo de comportamento ao seu redor, incluindo gestos, expressões faciais, entonações e palavras ditas pelos adultos. Ou seja, imitam o que se diz e o que se faz.
Por exemplo, quando um cuidador pede ao bebê para “dar tchau” e demonstra como se faz são as duas categorias de imitação que estão sendo sugeridas: que o bebê imite o gesto de adeus com as mãos e que ele imite o som da palavra “tchau”.
Às vezes, a imitação é imediata e a criança repete uma palavra sem analisar o que escutou, o que gera alguns erros. Isso é comum em situações nas quais a interação envolve um objeto de posse da criança ou do cuidador. Por exemplo:
A criança pode dizer “seus sapatos” em vez de “meus sapatos”, em um ato de imitação imediata. Esse não é um erro qualquer, ao contrário, trata-se de um erro construtivo, pois ajuda a criança a aprender. Ouvindo mais vezes expressões como essa, ela tenderá, aos poucos, a ajustar a maneira como diz, ou seja, é mesmo um erro que provoca novas aprendizagens.
A imitação também é um ponto chave das relações simbólicas do bebê. Nas brincadeiras de faz de conta com bonecos ou bichos de pelúcia, é comum que o bebê observe o comportamento dos adultos com ele e reproduza esses exemplos no seu faz de conta, como já mostramos aqui. Outra maneira pela qual os cuidadores podem incentivar esse tipo de construção simbólica do “fazer de conta” é por meio da simulação de interações progressivamente mais abstratas e complexas: primeiro com o próprio corpo, depois incorporando objetos reais e, enfim, encenando situações com o uso de brinquedos. Esses estímulos aumentam a capacidade do bebê de usar símbolos para brincar e para falar.
Confira o próximo post da nossa série Aprender Linguagem para se informar mais sobre o desenvolvimento da linguagem na primeira infância!