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Aprender linguagem: falando palavras

2 de julho de 2018
Este artigo faz parte da série:

Aprender Linguagem

Já pensou na dificuldade de as crianças aprenderem a falar corretamente as palavras da nossa língua? Há tantas palavras, tantas combinações de sons que a tarefa não parece ser tão fácil. E como elas aprendem?

Todas as línguas possuem um imenso repertório de palavras e aprender a falar supõe apropriação de um conjunto delas, com a compreensão de seus significados e os contextos em que são utilizadas. E esse longo e complexo processo não é suficiente para efetivar comunicações, pois é preciso ainda saber pronunciar de forma correta aquilo que se deseja comunicar.

Seja para conhecer novas palavras, seja para aprender suas pronúncias, é nas interações cotidianas das crianças com outros seres falantes que essas conquistas acontecem. Em situações em que elas participam de conversas, ouvem pessoas conversando, cantam e escutam músicas, ouvem a leitura de histórias, escutam instruções, entre outras, há a ampliação do vocabulário e a aprendizagem da forma de falar as palavras.

Porém, é fato que essa não é mesmo uma aprendizagem fácil e rápida. Embora o aumento do vocabulário seja expressivo sobretudo a partir dos 18 meses, época na qual as primeiras palavras costumam começar a ser ditas (saiba mais sobre isso aqui), falar corretamente é fruto de um longo processo.

No vídeo a seguir, uma menina pequena conversa com um adulto e procura reproduzir os nomes de frutas compradas numa ida à feira. Vale conferir!

 

Como é possível ver, o desafio é grande! Ela procura pronunciar as palavras que ouve, reiterando sílabas ou sons que percebe mais nitidamente nos nomes das frutas (“nanana”), invertendo sílabas (como na tentativa de falar “pêssego” ou “abacaxi”) e até inserindo partes que não necessariamente integram a palavra.

Outros “erros” são também explicitados pelas crianças ao longo do processo de aquisição da fala, como inventar palavras, generalizar algumas regularidades (se falamos “comi”, “bebi”, também falamos “fali”, “canti” etc.), chamar a todos os homens, por exemplo, de “papai” etc. (saiba mais sobre isso em Aprender Linguagem).

Todos esses “erros” são considerados construtivos, pois são parte essencial do processo de aquisição da fala e as tentativas da criança precisam ser valorizadas pelos adultos que com ela convivem. Embora nossa tendência seja mesmo achar graça – e em algumas situações é difícil resistir! – é fundamental que tenhamos cuidado para continuar dialogando, conversando. Também não é o caso de corrigir pontualmente as crianças, o que tende a inibi-las em suas próximas tentativas. Ao contrário, será nas próprias experiências na convivência com outros falantes que a criança seguirá realizando mais aprendizagens em relação à fala, o que inclui a pronúncia correta. Em síntese, aos poucos essa pequena que vemos no vídeo aprenderá a falar corretamente não apenas os nomes daquelas frutas, mas um amplo conjunto de palavras. E isso acontecerá exatamente por meio de situações como essa que vimos: idas à feira e a outros lugares, conversas sobre o que fizeram por lá, repetição de palavras e tantos outros contextos cotidianos que instigam trocas entre seres falantes.

Para saber mais sobre este e outros momentos do desenvolvimento da linguagem, acesse a plataforma Aprender Linguagem: concebida em parceria com a equipe da pesquisadora Ana Teberosky (Universidade de Barcelona), é um guia digital sobre o desenvolvimento da linguagem na primeira infância. A fim de exemplificar os principais marcos desse processo, o site justapõe imagens que retratam situações cotidianas a explicações de especialistas relativas ao quando, ao o que e ao por que as crianças aprendem a falar.

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