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A escola e a criança invisível*

12 de setembro de 2014

É comum acontecer de uma criança saber muito mais do que a escola consegue enxergar. Por que isso ocorre? Como evitar essa invisibilidade da inteligência das crianças? Por que alguns parecem cegos diante dos conhecimentos dos pequenos? Tantas perguntas…

Em algumas situações os adultos costumam acreditar que sabem o que as crianças dominam e assim determinam o que devem aprender. Partem do que acham que lhes falta e não consideram o que elas já construíram de conhecimentos por sua ação inteligente em interação com todo o universo que as cerca.

Esses adultos não enxergam a inteligência e os conhecimentos já adquiridos, por suporem que as crianças não aprendem enquanto não lhes é ensinado. Ignoram e desrespeitam o potencial de cada uma e assim perdem um tempo precioso ensinando o que já sabem.

Um exemplo disso podemos acompanhar no livro Ler e escrever, muito prazer!, de Beatriz Cardoso e Madza Ednir, editora Ática. Nesse exemplo, verídico, uma criança de 6 anos realizava no mesmo período produções muito distintas, quando estava na escola e em casa.

De manhã, na escola, fazia essa produção:

1

 

À tarde, em casa, produziu sem auxílio nenhum de adultos, o seguinte:

2

 

No dia seguinte, na escola, solicitaram que fizesse o que se segue:

3

 

E outra vez, em casa, teve um desempenho muito superior, que representa o que já sabe sobre a escrita e o mundo:

4

 

Uma maneira de cuidar para que isso não ocorra é certificar-se de que as crianças são ouvidas e consideradas em sua plenitude de capacidade. Se os adultos em sua volta têm olhos para ver e ouvidos para ouvir, devem prestar atenção aos pontos de vista das crianças e acompanhar o percurso inteligente que elas realizam no desenvolvimento de suas capacidades.

 

* O título deste post foi copiado do capítulo do livro citado.

 

 

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