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Bebês descalços: um mundo de descobertas e interações

Imagem retirada de Pixabay.
7 de fevereiro de 2018

Pesquisa realizada por universidade espanhola mostra que bebês que permanecem mais tempo descalços desenvolvem suas inteligências mais amplamente.

Pais e cuidadores nem sempre ficam tranquilos ao deixar os bebês descalços. É muito comum que desde pequenos os bebês calcem meias ou sapatos diversos, que aos olhos dos adultos parecem confortáveis e seguros ou que protegem do contato com superfícies mais frias ou com sujeiras. Porém, um estudo realizado pela Universidade Complutense de Madri e publicado em 2007, mostrou que bebês que permanecem mais tempo descalços ampliam suas oportunidades de interação sensorial com o mundo e apresentam um maior desenvolvimento físico e também cognitivo.

A pesquisa foi encaminhada pela Professora Isabel Gentil García, da Escola Universitária de Enfermagem, Fisioteraria e Podologia, e parte de um fato já muito conhecido: os bebês interagem com o mundo que os cerca – e aprendem sobre ele – por meio do contato físico. Assim, pegar ou tocar pessoas e objetos, levar à boca e também tocar com os pés são formas pelas quais eles experimentam as tantas novidades que o mundo lhes apresenta. Na pesquisa, foi identificado que os recém-nascidos possuem maior sensibilidade nos pés em comparação às mãos e isso permanece até cerca dos oito ou nove meses. No caso dos bebês, especialmente dos que ainda nem andam, manter os pés sempre cobertos, e calçados reduz as sensações.

Da mesma forma, é importante permitir que o bebê toque e conheça o próprio corpo por meio do tato. Por exemplo, os bebês pegam os pés com as mãos e os levam à boca. A presença de tecidos da roupa ou de meias, bem como de sapatos, dificulta esse contato com a própria pele, com o formato dos pés e com a temperatura do corpo.

Outro aspecto interessante analisado no estudo diz respeito ao peso dos sapatos, que acabou dificultando a realização de movimentos com os pés ou mesmo de segurá-los com as mãos.

Em síntese, o que a pesquisa concluiu é que os bebês que permaneceram mais tempo do dia descalços apresentaram avanços mais rápidos e consistentes em seu desenvolvimento, já que tiveram suas possibilidades de manipulação e de estímulos sensoriais redobrados.

A sugestão, então, principalmente considerando os bebês que ainda não caminham, é deixá-los mais tempo descalços, podendo desfrutar dessa liberdade de contato direto dos pezinhos com objetos e superfícies, bem como de movimentá-los com mais facilidade. A recomendação é calçar meias finas que não comprometem tanto as sensações que os pezinhos destes pequenos podem ter. Afinal, quanto mais puderem se movimentar livremente, quanto mais puderem sentir e tocar, mais estarão interagindo com o mundo que os cerca e mais estarão aprendendo sobre ele.

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