14 de novembro de 2014
A arte contemporânea pode ser entendida pelas crianças? A Bienal é um ótimo momento para juntar o mundo infantil com o mundo da arte atual.
O mundo da arte nem sempre é um mundo convidativo para as crianças. Afinal, a arte como conhecemos hoje não se limita mais ao esteticamente bonito. Fazer arte nos tempos atuais é uma forma de posicionamento, de protesto, de retratar o mundo, de encarar a realidade… e nem sempre essa realidade é “agradável” aos olhos.
Ainda assim, manter crianças longe de obras mais críticas não é uma boa opção. A arte é um instrumento de posicionamento no mundo, a criança aprende com a arte ao olhar e questionar o que aquilo representa. Experimentar o estranhamento é um exercício importante e saudável, possibilitando novas experiências e leituras de mundo.
A Bienal de São Paulo é um momento especialmente adequado para provocar a representação de realidade e do imaginário da criança.
Um dos eventos mais importantes para a história da arte brasileira, a Bienal que ocorre no pavilhão da Bienal no Parque Ibirapuera vem ocorrendo há muitos anos. Muitas vezes polêmicos, os trabalhos expostos na Bienal podem fugir do “normal” e ter fortes opiniões.
O que a criança irá sentir ao entrar em contato com outra realidade, bastante diferente da sua? O que a arte pode ensinar a criança a como se expressar e encarar o mundo?
Selecionamos algumas obras que estão na atual Bienal que poderiam ser interessantes para o público infantil:
Romy Pocztaruk: A última aventura
Depois de uma longa viagem pela famosa rodovia Transamazônica, o artista mostra um pouco da utopia que foi rapidamente esquecida e deixada de lado. Olhar as fotos incríveis, quase surrealistas, de Pocztaruk é entender um pouquinho da história do Brasil e da realidade do nordeste.
Yuri Firmeza: A fortaleza
Em mais um trabalho fotográfico, o brasileiro compara uma foto de quando era pequeno com uma foto atual. Apesar de mostrar detalhes interessantes de como o passar do tempo atua no humano, é interessante também observar como a cidade se desenvolve atualmente. O trabalho de Yuri provoca uma indagação a respeito do mercado imobiliário, da questão ambiental e de outros problemas que nós encontramos em cidade grandes que crescem em um ritmo sem limites.
Bruno Pacheco: Meeting Point
A obra de Bruno Pacheco mostra uma maneira interessante de repensar os protestos que vem ocorrendo no mundo inteiro, muito parecidos com as manifestações de junho, aqui no Brasil. Diferente da agressividade que geralmente vemos em fotos de protesto, os trabalhos de Meeting Point são sensíveis e leves.
31a Bienal de Arte de São Paulo
Quando: 6 de setembro a 7 de dezembro
Onde: Pavilhão da Bienal, Parque Ibirapuera, São Paulo, SP
Preço: Grátis
Classificação: Livre