23 de fevereiro de 2017
Em texto publicado pelo nosso parceiro Portal Aprendiz, conheça a plataforma que objetiva favorecer e ampliar a produção artistíca nas escolas públicas
Lançado em novembro passado, o movimento Ocupação Criança, encabeçado pelo Instituto Avisa Lá, pretende valorizar a produção artística de alunos de educação infantil da rede pública brasileira.
Partindo do diagnóstico de que manifestações, ideias e expressões infantis raramente são reconhecidas nas instituições de ensino do país, a Ocupação Criança quer sensibilizar, comunicar e socializar práticas que respeitam o potencial das crianças nos segmentos da Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental.
É muito comum encontrar em escolas infantis de todo o Brasil pinturas nas paredes de personagens consagrados pela televisão e por livros infantis – normalmente desenhados por profissionais ou até mesmo por professores. De acordo com o movimento, tratam-se de desenhos estereotipados que denunciam um desacreditar no que crianças pequenas podem produzir artisticamente para povoar as paredes e murais de suas escolas. “Em geral, o que as escolas expõem não revela o fazer e as capacidades das crianças de ler o mundo ao seu redor e de produzir segundo seu tempo e seu modo próprio de fazer.”
Para a educadora Rosa Iavelberg, professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo e autora do livro Desenho na Educação Infantil, é necessário criar situações adequadas para que o potencial da criança possa se desenvolver junto com a sua arte. “A arte-educação contemporânea não acredita apenas na livre expressão, mas aposta na intervenção docente para apreciar as produções infantis e sugerir perguntas, dialogando com a criança sobre seus processos e produtos e incentivo a sua autonomia”, aponta a educadora. “Se a gente respeita e alimenta a investigação infantil, acaba apoiando a criança no desenvolvimento de sua arte e, consequentemente, em sua vida.”
A plataforma traz um banco de boas práticas pedagógicas, que pode ser acessado por educadores, visando valorizar e instigar o protagonismo das crianças como produtoras. Também permite a inserção de novas ideias por parte dos educadores, que serão previamente selecionadas podendo, inclusive, fazer parte do II Seminário Ocupação Criança, previsto para novembro deste ano.