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Outros jeitos de pedir desculpas

Imagem retirada de Pixabay
18 de junho de 2018

O que será que pode existir para além dessa “palavra mágica” e que ajude as crianças a desenvolverem um genuíno senso de cuidado para com o outro? Reflita conosco!

O convívio entre crianças, seja dentro da escola ou fora dela, inevitavelmente revela algumas situações em que há necessidade de uma mediação feita por uma pessoa adulta, capaz de auxiliá-las frente as dificuldades de chegarem a acordos e/ou de se relacionarem com os seus pares. Alguém que, correndo, pisou no castelo de areia que estava sendo construído, brincadeiras que acabam em colisões doloridas, palavras que ofendem e geram desentendimentos, dentre muitas outras questões, na maioria das vezes são resolvidas com um simples pedido de desculpas.

Desde cedo descobrimos o poder que essa palavra tem e, como ela mesma nos diz, é utilizada sempre que sentimos a necessidade de retirar a culpa por termos feito algo de errado ou que possivelmente possa ter incomodado outra pessoa. Isso não quer dizer que não devemos nos desculpar, mas entender que essa expressão, sozinha, não diz muita coisa. Em vez disso, podemos tentar pensar em atitudes que ajudem a melhorar o cenário, contando às crianças que elas não devem fugir para se safar rapidamente do que fizeram. O mais importante é que possam compreender que suas ações têm consequências.

Até certa idade, é mesmo difícil se colocar no lugar do outro. Esse movimento faz parte de uma construção. O desenvolvimento da compaixão e da empatia por aqueles que estão à nossa volta correspondem a uma série de conquistas que vão sendo feitas, pouco a pouco, ao longo de nossas vidas.

Mesmo que não tenha acontecido de propósito, é fundamental que chamemos para conversar as partes envolvidas no conflito, avaliando juntos o que pode ser feito naquele momento. Descrever a cena, retomando tudo o que aconteceu até o desencadeamento do problema ajuda os pequenos a construírem um novo panorama, a respeito dos motivos pelos quais aquilo não foi bacana e por isso deve ser revisto.

Sugerir que refaçam um desenho que foi rasgado, oferecer apoio para o outro levantar, pegar um gelo ou saber se o amigo ou amiga está se sentindo bem após uma trombada, são exemplos de ideias que propõem mudanças no seu repertório de comportamentos, encontrando soluções práticas que demonstrem preocupação e cuidado com o outro.

Porém, existe sempre a possibilidade do nosso pedido de desculpas e/ou gestos reparadores serem insuficientes para resolver contratempos. Mas isso também fará parte de uma série de aprendizagens, por meio das quais as crianças perceberão que as coisas nem sempre saem como desejam, que cada um pensa e sente à sua própria maneira e que elas terão de tomar mais cuidado da próxima vez para que a mesma coisa não se repita.

Tudo isso, somado ao exemplo que nós, adultos, ofertamos diariamente com nossas atitudes perante o outro e o mundo, vai dando ferramentas para que as crianças observem e sejam capazes de se sensibilizar a cada novo impasse, buscando suas próprias resoluções aos problemas da vida compartilhada.

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