19 de agosto de 2019
Coletivas ou individuais, as atividades esportivas oferecem um leque de possibilidades para diferentes personalidades.
No mundo contemporâneo, as crianças passam bastante tempo interagindo com e por meio de telas. Assim, esportes têm o poder de proporcionar tempo fora de casa e de estimular os pequenos física e socialmente. Além dos benefícios para o corpo, é cientificamente comprovado que atividades físicas organizadas podem ter impacto positivo no desenvolvimento emocional das crianças.
Pesquisadores da área de psicoeducação da Universidade de Montréal, no Canadá, estudaram 1.492 crianças nascidas entre 1997 e 1998 na província de Québec (Canadá) para analisar como a participação regular em esportes organizados contribuía para a redução de dificuldades emocionais. Por “esportes organizados”, os pesquisadores querem dizer atividades físicas que são supervisionadas por um técnico ou treinador, sejam elas coletivas — como futebol, vôlei de praia, judô — ou individuais — como tênis ou surf.
“Acompanhamos um grupo ao longo do tempo para examinar se a participação consistente em esportes organizados entre os 6 e 10 anos iriam minimizar riscos associados com estresse emocional, ansiedade, timidez e retraimento social aos 12 anos”, explica Frédéric N. Brière, um dos quatro pesquisadores responsáveis pelo estudo.
Os resultados da pesquisa apontam que crianças que praticam esportes regularmente na infância têm menos chance de apresentar dificuldades socioemocionais na adolescência. Linda Pagani, uma das pesquisadoras, conclui que as crianças que praticaram esportes de maneira consistente experienciam menos estresse emocional porque a própria prática de esportes favorece a aprendizagem de uma série de habilidades: “Elas [crianças] aprendem a fazer parte de uma equipe, a ouvir instruções, a colaborar mais, a ser mais cooperativas. Todas essas características ajudam as crianças a longo prazo”.
E se meus filhos não gostam de esporte?
Nem toda criança vai gostar de jogar futebol, vôlei ou basquete. Enquanto matricular os filhos em algum esporte organizado pode ser importante, é igualmente importante estar atento aos sinais de insatisfação das crianças. Os pequenos que vão arrastando os pés para a aula podem se beneficiar de uma mudança de modalidade esportiva.
Se o judô é desagradável, porque não experimentar futebol? Se o time de handebol é muito competitivo, que tal procurar um outro horário ou escolinha? Se seus filhos adoram os amigos do basquete mas detestam correr quicando uma bola, mantenha contato com os pais dos integrantes do time de basquete e experimente matriculá-los em uma aula de karatê, por exemplo. Se o seu pequeno adora pingue-pongue, que tal apresentá-lo a uma aula de tênis? Ou, ainda, se adora os movimentos do jiu-jitsu, mas não gosta de luta, por que não experimentar uma aula de dança? E se as atividades coletivas tendem a ser mais difíceis para a criança, por que não buscar alguma prática individual?
Diante de um leque de opções, com cuidado, carinho e conversa é possível encontrar a combinação ideal para que as crianças façam bom proveito das atividades físicas e seus benefícios.